Existem diversos cuidados que devem ser tomados para que o plantio gere bons resultados. Um deles é a correção do solo, que é feita quando detecta-se a necessidade de facilitar a absorção de nutrientes.
Isto se dá pois os solos brasileiros são considerados ácidos e, nem sempre, são naturalmente apropriados para o plantio. A acidez tende diminuir a absorção de cálcio nas raízes, que são responsáveis pelo fortalecimento da planta, assim, o crescimento delas acaba sendo prejudicado por conta da dificuldade de absorção do próprio solo, também o deixando propenso a pragas e doenças.
Os solos no Espírito Santo apresentam características arenosas nas regiões litorâneas, e características argilo-arenosas e argilosas nas regiões interioranas. Apesar dessas características, os solos do estado continuam sendo considerados ácidos, havendo a necessidade da aplicação dos métodos de correção do solo.
Explicando a prática
Um dos métodos de correção do solo é a calagem, que é a preparação onde se aplica calcário para aumentar os teores de cálcio e magnésio do solo, neutralizando o alumínio trivalente, que é tóxico para as plantas, e também corrigindo o pH do solo, fazendo com que ele absorva melhor os nutrientes. A aplicação da prática, além de melhorar o solo onde o plantio será realizado, faz com que o produtor tenha produções mais saudáveis e gera economia no uso de adubo.
Antes da realização da correção, é necessário fazer uma boa limpeza do local, coletar diversas amostras do solo da região onde se deseja fazer a calagem e enviá-las à um laboratório, que irá analisar as amostras. Ao enviar as análises para o laboratório, é importante informar o que deseja produzir no solo da área onde as amostras foram recolhidas e o resultado que deseja ter com a produção, sempre tendo o apoio de um engenheiro agrônomo ou florestal para a orientação efetiva e correta sobre os resultados das amostras e os métodos que devem ser aplicados no solo a partir da interpretação dos dados.
Recomendações
Segundo o engenheiro agrônomo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES), Murilo Pedroni, o produtor que deseja melhorar a qualidade do solo deve sempre manter o solo coberto, dar atenção à possíveis processos erosivos, realizar práticas conservacionistas e cordões de retenção em áreas de relevo e caixas secas em estradas vicinais para evitar as erosões e, na identificação de algum processo erosivo em andamento, entrar com as práticas recomendadas e orientadas por algum profissional.
“É importante sempre manter o monitoramento destes processos erosivos porque depois que o solo começa a perder suas camadas superficiais, ele perde muitos nutrientes, ficando difícil realizar o plantio de uma nova cultura”, afirma.
O papel do Senar-ES na orientação aos produtores
O Senar-ES, apesar de não oferecer um curso específico para a realização de correção do solo, aborda algumas características da prática em outros treinamentos, além de ensinar métodos que ajudam na preservação do solo. Um dos treinamentos é voltado para a adequação de estradas vicinais e construções de caixas secas, prática para a manutenção do solo, evitando erosões. Outro treinamento é sobre o cultivo de café conilon e café arábica, que explica sobre o preparo do solo e a realização da calagem ao longo do curso.
“No Senar-ES também trabalhamos com consultorias. O produtor que tiver a necessidade de um treinamento sobre a questão de preparo e correção de solos pode buscar o Sindicato Rural de seu município, informando suas necessidades, e o atenderemos dentro de nossas possibilidades”, finalizou Murilo.
Faes
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