As indústrias processadoras de cacau moeram 110.872 toneladas de amêndoas no primeiro semestre de 2021, um resultado 10,3% maior se comparado às 100.509 toneladas de cacau processadas no mesmo período do ano passado, de acordo com os dados levantados pelo SindiDados e compilados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Apenas no mês de junho, a moagem chegou a 17.394 toneladas, alta de 30,5% em relação ao mesmo mês de 2020, quando foram processadas 13.319 toneladas. “O crescimento neste ano tem relação com o avanço da vacinação e a melhoria do cenário econômico em relação ao ano passado. Com a melhora da pandemia, a tendência é que este ano tenhamos números de moagem melhores que 2020”, explica Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC.
No primeiro semestre, no entanto o recebimento de cacau nacional das indústrias caiu 2,1% em relação aos mesmos meses de 2020, passando de 84.204 toneladas para 82.416 toneladas. Essa retração foi reflexo da diminuição no volume da safra principal, que terminou em abril. Já em junho, a entrega de amêndoas pelos produtores brasileiros foi de 34.051 toneladas, uma alta de 29,8% em comparação às 26.228 toneladas produzidas no mesmo mês do ano passado. Anna Paula explica que essa alta mensal tem relação com a safra temporã, que teve início em maio e está mostrando bom desempenho, apesar de ainda ser cedo para avaliar se ela será melhor que a temporã do ano passado.
A produção de cacau segue liderada pela Bahia, que no primeiro semestre entregou às indústrias associadas à AIPC 59.464 toneladas de amêndoas, uma alta de 49,5% em relação às 39.756 toneladas entregues no mesmo período do ano passado. A produção mensal em junho chegou a 24.729 toneladas, uma alta de 92,3% frente a junho de 2020, quando foram produzidas 12.859 toneladas. Em contrapartida, o Pará apresentou queda de 50,7% no primeiro semestre de 2021, produzindo 20.409 toneladas, enquanto no ano passado havia produzido no mesmo período 41.426 toneladas. Em junho a queda foi de 31,8%, passando de 13.005 toneladas para 8.859 toneladas.
Importações e exportações
Apesar de a safra temporã ter iniciado bem, a safra nacional ainda é insuficiente para as indústrias atenderem o mercado interno e a demanda dos clientes internacionais, especialmente nos mercados da Argentina e Estados Unidos. Diante desse cenário, a importação continua sendo necessária. Assim, no primeiro semestre de 2021, a importação de cacau foi de 38.005 toneladas, uma alta de 65% em relação às 23.023 toneladas compradas do exterior no mesmo período do ano passado. Vale lembrar que em 2020, por conta dos impactos da pandemia do novo coronavírus e a queda no consumo mundial, o volume de amêndoas importadas ficou abaixo da média. Em junho, foram importadas 7.505 toneladas de amêndoas, enquanto no mesmo mês do ano passado as importações foram canceladas frente ao cenário pandêmico.
As exportações de derivados do cacau também cresceram no primeiro semestre. De janeiro a junho de 2021 foram exportadas 26.604 toneladas, aceleração de 10,9% em comparação com as 23.978 toneladas embarcadas para o exterior nos primeiros seis meses de 2020. Em junho houve queda de 4,4% em comparação ao mesmo mês do ano passado, passando de 3.941 toneladas para 3.767 toneladas. Os principais mercados compradores em junho foram Argentina (56,54%), Chile (18,93%) e Estados Unidos (16,41%).
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